quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Moz days 13 e 14

Escrevo numa 5ª feira de tarde, 9 de Setembro, fria e nebulosa, em Maputo, após uma tarde (do dia anterior) e manhã (de hoje) de intensa actividade.
Hoje, a par das novidades, trago muitas fotos.

Day 13 - 4ª feira, 8 de Setembro de 2010
Após a novidade de que não haveria reunião na parte da tarde na Rádio Moçambique (fora cancelada), decidi parar com a sequência de expectativas frustradas de reuniões e, acto contínuo, despi o fato e a gravata. Verifiquei o e-mail e vi que o trabalho poderia esperar. Vesti uns jeans e uma t-shirt e meti-me num táxi decidido a explorar as redondezas.
Tenho ouvido falar da cidade da Matola. Resolvi ir conhecer.

A decepção foi alguma, porque sendo cidade sempre pensei em Avenidas e prédios mais ou menos altos. Cheguei até a pensar que haveria uma avenida mais movimentada (o centro) com lojas, restaurantes e quiçá uma ou outra esplanada.
Às vezes esqueço que estou em África.
É uma cidade (porque tem muita gente) onde não avistei um único prédio. Ver mais que um andar apenas em algumas vivendas mais ricas. Apesar disso, demorei a chegar (devem ser uns 20km) por causa do trânsito, logo após a auto-estrada (sim, há auto-estrada com portagens e tudo).
Já o sol se queria retirar do horizonte para um descanso merecido, quando o meu estômago reclamou o seu quinhão. Parei num local, tipo centro comercial, mas á maneira Africana e entrei no MIMO's, muito famoso cá na banda (a par do Shoprite).

Pedi uns cogumelos com queijo por cima que não estavam maus mas, longe do que imaginava, quando o nome do prato invadiu o meu imaginário. Fica a imagem da merenda, acompanhada claro, por uma Laurentina Clara - premium claro está!

A cidade da Matola é extensa em território, uma vez que sem prédios, não há alternativa aos mais de 2 milhões de habitantes. Assim, tem várias zonas, cidade (propriamente dita), liberdade, 700 (por causa do nome do cinema), entre outros bairros.

São extensas zonas de casinhas ou cubatas, espalhadas sabe-se lá como, por uma imensidão de terra mas o mais perto possível das estradas. Nalguns casos essas estradas são apenas terra com grandes crateras (imagino como serão na época das chuvas) onde por duas vezes o motorista teve que voltar para trás porque não conseguia passar. Apenas os Jipes. Ainda assim existiam algumas que apesar de ser de terra, estavam até bem direitinhas.

A determinado momento, cansado de andar de carro e, querendo saborear o ambiente informal entre Moçambicanos, disse ao meu táxista (na foto em baixo), de nome Titus: "Páre aqui e vamos tomar uma cerveja".

Foi engraçado, andar nos subúrbios de Maputo, à noite, sem nenhum branco por perto. nem mesmo quando entrámos no café, designado "Centro Social da Frelimo" e pedi, duas cervejas, uma clara e uma negra, de pressão. Fui olhado pelos clientes da mesma forma como se olha para um saguí na Praça de Espanha, paguei, bebemos e saímos, de regresso ao táxi e a Maputo. A experiência estava vivida e foi agradável.

Day 14 - Quinta-feira, 9 de Setembro de 2010
Levantei-me às 7:30. Banho, barba e fato vestido. Pequeno-almoço tomado. Farto! (estou a ser irónico)

Apareceu o Aires, e seguimos para o Moza Bank. Um banco que explora essencialmente o Private Banking em Maputo. Reunião realizada com a Directora de RH e a Secretária do Presidente. Apresentei o Peoplenet 7 (que impressionou embora não tenha sido compreendido na totalidade). Claramente quem liderou a reunião por parte do cliente foi a secretária do presidente. A preocupação era essencialmente dar formação aos empregados (chefias) para chefiarem melhor. Eu entendo! Claro que fazemos - isso e muito mais, disse!
Após a reunião, que terminou às 10:30, fui informado de que não haveria mais reuniões no dia de hoje. Acto contínuo, telefonei ao Jaime (relembro: o melhor professor de Golfe de Moçambique e quiçá de toda a África - não é só a paciência de dizer a mesma coisa trezentas vezes, é a visão de lince do que não está correcto) e marquei: -aula de golfe daí a trinta minutos.
Decidi que não iria desperdiçar mais uma manhã à espera de que alguma cosia acontecesse. Trabalhar, seria na parte da tarde. Há e-mails para ler, responder, tratar e cadernos de encargos para analisar. Mas antes ... haverá uma aula de Golfe.
O caminho para o Golfe trouxe-me de novo, os arredores de Maputo. É difrente do centro da cidade onde passei a maior parte do tempo. Esgoto a céu aberto, casas de miséria, pessoas aos Magotes e até uma escola. Deixo as provas.




Foram duas horas a bater bolas. O levantar não está bem, as pernas estão demasiado abertas, não mexer a cabeça, fazer força apenas com as mãos, esquece a bola - o movimento é que é importante, força nos pulsos, não rodes para a esquerda no fim, não mexas a cabeça, os ombros é que rodam, ...... que paciência meu Deus! No fim, duas bolhas na mão direita, que rebentaram antes da aula acabar. Enfim ... quem está a aprender joga assim e magoa-se.
Deixo-vos ainda mais duas fotos, a entrada do complexo de golfe e o meu Caddy de hoje, o Custódio.


Não posso terminar sem deixar ainda duas fotos, uma com um jardim na vertical, cada vez mais uma tendência (mesmo mundial) e outra com um apelo constante (pergunto-me: quando são as eleições?)



Volto a escrever apenas em Lisboa.
Amanhã será o Day 15, 10 de Setembro de 2010. Terminarei de ler, no avião o livro do José Rodrigues dos Santos, Fúria Divina (dedicado às relações entre muculmanos e cristãos e á actuação da Al Qaeda). Faltam-me 100 páginas das 582 do livro.
No mesmo dia em que termina o Ramadão, um dia antes do aniversário do famoso 11 de Setembro, e eu já não estarei cá para as festas. Festas do fim do Ramadão, não do 11 de Setembro. É apenas coincidência poeque por aqui os Muçulmanos parecem-me excelentes pessoas com uma óptima relação connosco (os kafirun). Devem ser muito mais da corrente Sufi. Conseguem perceber a diferença entre os dias de hoje e aqueles em que o Alcorão foi escrito, não levando tudo à letra e tentando impor a totalidade da Sharia.

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