domingo, 5 de setembro de 2010

Moz day 10

Foi num Domingo de Sol que acordei. Em breve, o calor far-se-á sentir de forma inolvidável por estas terras.
O RFA foi jogar golfe. Logo pela manhã. Eu não acompanhei. Como já por aqui ouvi, "estamos juntos mas não misturados". Foi uma frase, que ouvi num contexto político, e que saiu engraçada para quem conhece um pouco de África.

Às 12:45, como combinado de véspera, lá estava eu na porta da Guest House Sundown, para me levarem ao Restaurante Serra da Estrela, e comer um famoso, ansiado e prometido Cozido à Portuguesa.
O Cozido estava de facto muito bom, acompanhado de um excelente tinto Sul-Africano, que são de excelente qualidade e a preços muitos bons. Os tintos portugueses perdem, sem margem para dúvidas, na comparação com os vinhos sul-africanos em relação qualidade/preço.
Ainda assim, o melhor nem foi a magnífica refeição.

O melhor, e esta é para ti, Hugo Santos (acho que terias adorado este almoço uma vez que aprecias a história portuguesa da altura da descolonização), foram as histórias de quem nos ofereceu o almoço. Esta admirável pessoa, privou quer com o falecido Samora Machel quer com o seu admirável pai, Manuel Machel de seu nome.

Deixo-vos apenas uma dessas histórias. Certo dia, Manuel Machel, amigo de longa data do famosíssimo e poderoso colono da família Capela, visitou a filha deste, de seu nome Florinda Capela. Tal como muitos brancos, após a independência de Moçambique, passavam as suas privações, onde o abacate substituía a carne e isto apenas nas melhoers famílias. Manuel Machel, ao ver as privações da família Capela e, em particular de Florinda Capela, mandou chamar seu filho Samora (O Presidente da Nação) e deu-lhe uma tal reprimenda, dizendo-lhe que era inadmissível que uma família amiga como aquela passasse estas privações, que Samora Machel mandou, a partir desse dia, entregar semanalmente um camião cheio de comida. Antes da entrega passava alguém, da casa da presidência, por casa de Dona Florinda Capela, a perguntar o que necessitava. Todas as semanas lá vinha um camião, directamente da casa da Presidência, com farinha, feijão, arrroz, batata, carne e o que demais fosse necessário.
E não, não pensem que Samora Machel era uma pessoa muito benevolente. Tal como qualquer líder Africano nesses tempos, para se chegar ao topo, havia que ter o seu carisma, traduzido numa grande dose de impiedade (para não lhe chamar outra coisa).

Esta história, que por mim contada perde, no mínimo, metade da piada do que contada por quem a vivenciou, traduz o respeito que na altura existia quer por relações de amizade (que nem uma revolução questionou) e o respeito por um pai (mesmo que se fosse um chefe da nação e se tivesse que "engolir" um colono contra o qual nos revoltámos). Este respeito e consideração, infelizmente parece hoje perdido, tendo eu a percepção de que a humanidade regrediu bastante nos últimos 50 anos.

Achei, tal como muitas outras histórias que ouvi, quer recentes (últimos anos) quer das décadas de sessenta, setenta e oitenta, esta história deliciosa. Saímos pessoas mais ricas depois de uma hora a ouvir histórias que a história não conta ... em nenhum livro.

Foi, a par do jantar no "Manjar dos Deuses", uma refeição maravilhosa.

Após este magnífico almoço, fomos para a FACIM, para um Domingo em que os visitantes eram quase exclusivamente turistas locais e quase inexistentes empresários ... também locais.

Aproveitei para visitar outros pavilhões e outros Stands. Gostei em particular da Tanzânia, Botswana e Kénia.
Um dia farei a viagem Dar Es Salam na Tanzânia até Windoek (na Namíbia) e depois o mar, onde o deserto Namibiano acaba.
Para mim, e para quem me conhece mais profundamente, sabe que a verdadeira vida está na savana Africana, junto dos big five e das tribos mais primitivas.

Deixo-vos com algumas imagens, nomeadamente com uma que traduz uma aposta do nosso país, que me deixa satisfeito porque sempre fui daqueles que opinou a favor deste conceito e que, era o de publicitar um Portugal, como o West Coast da Europa, aproveitando o balanço da Califórnia ser o West Coast dos EUA. Falta investir a sério em Segurança e Saúde.



Mas também aqui deixo os stands desses países que tanto me fazem vibrar










Se ainda não vos mostrei quem é o Paulo Alves, aqui fica uma foto de ambos, ao almoço, no Sábado no restaurante "Sagres", o pior de todos a que já fomos.


E já que estamos em matérias de apresentação, deixo-vos uma foto minha com o Engº Aires Ali Júnior


Esta, por mim tirada, ficou bem bonita, com o Engº Aires Ali Júnior e o Presidente Armando Guebuza:


Duas pessoas especiais (Padrinho do Aires Ali Junior e filho do mesmo):


Um exemplo de um sorriso Moçambicano:


e a terminar por hoje, deixo um exemplar da mulher Moçambicama:

Sem comentários: