sábado, 16 de fevereiro de 2008

Viagem a Benguela ou noite produtiva?

Esta é de facto uma noite produtiva. Após muitos dias sem entradas de blog aqui fica mais uma, não tão especial como outras entradas do dia de hoje noutros blogs mas ainda assim esperada. A viagem a Benguela no fim-de-semana prolongado de Carnaval.

Após muitas hesitações, que culminaram com a desistência do PC da viagem a Benguela, lá fui eu o HS e o AS, de jipe que não dava mais de 100km/h, para Benguela. Saímos no Sábado, dia 2 de Fevereiro às 13:30. Sim, 13:30. Ninguém acordou cedo excepto eu e antes de deixar Luanda havia que encher o depósito de combustível, obviamente após ir buscar o HS e o AS à Mulemba. Os coitados não souberam vir ter a Luanda, como combinado. O coração ía nas mãos porque não sabíamos se o jipe aguentava 50km quanto mais os 550 de ida mais os 550 de volta.

Comecei eu ao volante.


Após chegarmos à portagem da ponte sobre o rio Kuanza o AC que ía no outro jipe foi mandado parar pela polícia. Sorte nossa ru não ter sido mandado parar. Esqueci-me da carta de condução. Dava chatice da séria ou então dólares preciosos a voar da carteira. Decidimos não arriscar mais e passou o HS, apelidado de caça-buracos após alguns kilómetros, para o volante. Coitado, como era o único com carta de condução acabou por fazer mais de 1.000 km de Safari, como ele lhe chamou.



Após uns bons kilómetros de condução e animação, especialmente na rádio, com o famoso Kota COntente a cantar o hino Angolano em quibundo (será assim que se escreve?) houve pausa para as necessidades.



Continuámos a viagem com paisagens de cortar a erspiração pela imensidão do espaço. A perder de vista. A máquina, incapaz de captar o que a visão nos mostrava. Ainda assim fica a pobre mostra.



Pelo caminho muitas pequenas aldeias com casas perfeitamente enquadradas na paisagem. Uma rara beleza apesar das parcas condições de sobrevivência.



Chagámos a Porto Amboim e como maçaricos na matérias pensávamos estar já no Sumbe. O depósito de gasóleo ía mostrando que os km estavam a passar. Porto Amboim deslumbrou e mais uma vez a máquina não era a ideal para estas paisagens



Inesquecível também foram os muitos acidentes nesta estrada e os restos de viaturas abandonadas na berma, resquícios de acidentes de outras jornadas e que por aqui ficaram. A frequência é impressionante a lembrar o perigo da estrada. Nem rádio nem rede de telemóvel nos safava.



À medida que nos aproximavamos do Sumbe outras duas coisas se aproximavam, a reserva do Jipe, e bombas nem vê-las e mais um magnífico pôr do sol em África.



O Sumbe apareceu ainda de dia e é impressionante a forma como as casas (será que podemos chamar-lhes casas?) confundem-se de tal forma com a paisagem que é necessária atenção redobrada para as distinguir a todas. Fica uma foto das casas nas encostas do Sumbe.



O sol disse definitivamente adeus. A partir daqui era estrada sem luz e muitas condutores também sem qualquer luz. O perigo aumentava de forma dramática



A história a partir daqui é digna da minha pessoa. Bem diz a minha mão que quem tem sorte tem sorte sempre. Eu devo ser uma dessas pessoas. O combustível no depósito ameaçava agressivamente terminar. O desespero começava a tomar conta de nós pois bombas nem vê-las e sabíamos que Benguela ou Lobito estavam a muitos kilómetros de distância. Erro estúpido não reabastecer no Sumbe. Avisámos o AC do problema e víamonos a ficar à borda de uma estrada perigosa com o jipe parado sem combustível e com a localidade mais próxima a muitos kilómetros. Estavam todos a ficar desesperados com a situação.

De repente, no meio do nada, com o jipe a viajar apenas com os vaopres de gasóleo aparece uma bomba, repito: no meio do nada! e com excelente aspecto. Magnífico aceitaram dólares. Estávamos safos. Atestar o depósito e seguir com redobrada alegria para Benguela.

Chegámos tarde, muito tarde. Ninguém fazia ideia se havia quartos para dormir ou não. Benguela neste fim-de-semana de carnaval estava a abarrotar e os alojamentos todos cheios. Felizmente que o AC tinha um amigo em Benguela (o único jogador Angolano de Basquetbol que jogou na NBA - o Pipas) que nos reservou um quarto no Hotel Praia Morena. Um quarto para três e, dado o adiantado da hora, não havia hipótese de cama extra. Dormi eu e o HS na caminha e o AS no chão. Paciência, não é todos os dias que se vai a Benguela.

Apesar da hora, ainda fomos jantar à festa de Carnaval do "Porta-Aviões" à pala e de seguida discoteca Chirinaua. Foi uma noite magnífica e ficou desde logo acertado que a noite seguinte seria de novo no chirinaua.

Acordámos tarde no Domingo. Ainda assim, fomos visitar algumas das magníficas praias da zona de Benguela. Calhou-nos a Caotinha de águas absolutamente translúcidas, de fazer inveja às praias das caraíbas, onde apenas o AC deu o seu mergulho e como seria de esperar encontrou conhecidos dele a banhos.



De seguida fomos para a baía azul, outra magnífica praia na zona de Benguela e aí, todos fomos a banhos, nestas águas quentes e transparentes: eu, AS, HS, AC e as suas duas filhas.



Benguela revelou-se uma cidade calma, ordeira, organizada e pacífica. Não há problema de andar na rua a qualquer hora do dia ou da noite mesmo ao telemóvel. A sensação de perigo iminente de Luanda aqui, é inexistente. Todos adorámos benguela. Pena o PC não ter vindo. A noite foi como se esperava, jantar no escondidinho (não tem a qualidade dos restaurantes de Luanda) e Chirinauan de seguida. Surpresa das surpresas, à porta da discoteca encontrámos o nosso ex-colega HL.

A discoteca, adorada pelo HS, HL e AS, era no entanto, na minha opinião, demasiado pequena para tenta gente. Às 3:30 decidi sair e esperar pelos restantes. A espera foi prolongada, após duas horas de seca na porta da discoteca, às 5:30 lá vieram os outros paraq irmos dormir. A viagems de regresso a Luanda estava marcada para 4 horas depois.

Desta vez não houve atrasos e às 9:30 estávamos quase prontos. A logística implicava trocar Kuanzaas, comprar tabaco e arranjar almoço (bifanas) para a viagem. Foi tudo tratado num café com umas empregadas super simpáticas. Já não me lembro os nomes mas o André e o Hugo seguramente que se lembram ;-).




A viagem de regresso foi mais do mesmo, paisagens absolutamente fantásticas que a câmara não conseguiu captar mas que ficaram nas nossas mentes e o mesmo espanto da viagem para Benguela repetiu-se. De referir que vi imensos Embondeiros, alguns recheados de múcua. Foram 8 horas de viagem sem ninguém sair do carro, nem para comer nem para necessidades fisiológicas. Parámos apenas uma vez, no Sumbe para atestar o Jipe mas ninguém saiu do carro.

Ainda assim, chegámos a Luanda já de noite e com as tradicionais filas de trânsito para entrar na Cidade. Nem o jogo de Angola, a essa hora, nos quartos de final da CAN nos safou. Foi mais um magnífico por do Sol Africano.



A terminar deixo uma foto do meu último jantar desta viagem a Luanda, no Cais de 4, a olhar a Cidade, lá ao fundo após a baía de Luanda. Magnífica vista.


Não posso deixar de postar mais uma foto da última noite do André em Luanda, no Bay Inn, após o jantar do Cais de 4 e antes da discoteca para locais onde fomos mas, onde eu não aguentei mais de 20 minutos. lol

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Restaurantes em Luanda

Por falar em restaurantes, aqui vai a lista dos recomendáveis em Luanda:
Coconuts, Tambarino, D.Elsa (ou Naquele Lugar ou ainda Fortaleza), Pim's, Pintos, Caribe, Cais de 4, Bay Inn, Bahia, Embaixador, Veneza, Mulemba, Trópico (Hotel), Presidente (Hotel), Chillout, Portugália, Trinca-Espinha (este nunca fui).

Jantares

Para não me esquecer! Cheguei na 5ª e jantei no "Dona Elsa". Sexta-feira foi no Bahia (muito mau o serviço), sábado no Porta-Aviões (Benguela) e domingo no Escondidinho (Benguela). Segunda-feira no Veneza (magnífica carne), na 3ª feira no Coconuts (ou seja Café Del Mar que o Coconuts continua em obras).

Hoje e amanhã não sei onde será mas 6ª feira tem que ser no Chillout.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Benguela

Passou o fim-de-semana e a viagem a Benguela foi uma realidade. Com a velocidade desta internet, fica aqui apenas a confirmação de que fomos, regressámos, adorámos Benguela e que mais tarde aparecerá a foto reportagem. Provavelmente quando regressar a Lisboa.

O PC não foi. Ainda não percebi bem o porquê. Acho que foram vários porquês. Tenho pena por ele. A viagem foi magnífica. Uma aventura.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Em Luanda

Já escrevo de Luanda, ou melhor, do aldeamento da Mulemba no Cacuaco que a net na cidade está à velocidade de uma barata de costas.
De casa nem sequer me consigo ligar e do Hotel Presidente, enfim...
Aqui na Mulemba lá vai dando para alguma coisita.

Ontem o jantar foi na Fortaleza, o chamado Dona Elsa. Afinal estava aberto contrariamente ao que me vinham dizendo. De facto esteve fechado durante 1 mês para descanso do pessoal ... sim que aquele pessoal deveria estar cansado! Abriu a tempo do meu primeiro jantar em Luanda.

Aproxima-se o fim-de-semana e a viagem a Benguela parece cada vez mais difícil. Parece que o país inteiro decidiu ir passar o Carnaval a Benguela e ao Lobito e quartos nem vê-los. Sem local para dormir não vamos.

Depois conto onde fomos e seguramente algumas fotos merecerão divulgação.