sábado, 8 de dezembro de 2007

Um desastre completo

Não, não esotu no Chimoio como esperava. Estou em casa em Portugal. Estranho? passo a descrever de forma resumida o que se passou após a colocação no blog das fotos da viagem ao Bilene.
Estávamos na noite de 3ª para 4ª feira, e acabei a entrada de blog sobre o Bilene. Tinha dores de garganta mas achei que não era nada de especial. Fui dormir. Acordei talvez 1 hora depois, alagado em suor e com febre. Tomei Ben-U-Ron e tentei dormir. Não consegui. Foi o resto da noite com dores no corpo, suores, tremores de frio, dores de garganta e mal estar generalizado.
Ainda assim, depois de tomar outro Ben-U-Ron e um Nimed, as dores amenizaram e a febre também.
Decidi ir à minha reunião as 09:00. À hora do almoço, a febre já estava de novo presente bem como as dores no corpo e garganta. Era já óbvio para mim que estava com amigdalite. Ainda assim, fui à reunião das 14:30 mas a meio da tarde já não aguentava mais e fui para o Hotel. Tomei um antobiótico para a amigdalite e não sai mais do quarto. Foram horas difíceis, lençois encharcados em suor, dores de garganta suficientemente fortes para nem conseguir engolir, vários Ben-U-Ron e Nimed. Conseguia dormir no máximo 10 minutos seguidos de cada vez.
Na 5ª feira de manhã, às 06:00 da manhã, não estava melhor e decidi ai ao médico. Escolhi uma clínica privada. Cheguei às 08:10. O médico, único na clínica estava atrasado. Chegou às 09:10.
Fui atendido e disse-lhe que estava com amigdalite, que tomei antibiótico mas que não estava a fazer efeito e pedi-lhe para me receitar uma injecção de penincilina. Ele concordou e disse que a podia tomar logo alí na clínica. Receitou Peninsulina Cristalina mais Clavamox (tomar de 6 em 6 horas) mais brufen (também de 6 em 6 horas). Pareceu-me boa ideia. Quando regressei à recepção disseram-me que não havia aquela penincilina. A senhora foi falar com o médico que escreveu uma alternativa (outro tipo de penincilina). Também não havia. Disseram-me para ir comprar a uma farmácia e regressar para levar a injecção.
A partir daqui foi muito mau. Eu já com a febre lá bem em cima, andei pela cidade toda à procura da coisa. Nem peninsilina cristalina nem a alternativa, que me informaram que já não se fabricava há bastante tempo. Corri mais de 10 farmácias, hospital central de maputo e clínicas privadas e nada. Não havia peninsilina na cidade. O meu motorista, homem com alguns conhecimentos na cidade, telefonou para um amigo que é médico no Hospital Militar de Maputo e lá fomos nós. Recebeu-nos e foi ver. Tinha penincilina mas o prazo de validade já tinha passado. Indicou-nos que deveria haver no Hospital Central mas que não dão a quem leva receitas de clínicas privadas.
Mais uns quantos contactos e os dólares começaram a rolar. Ainda equacionei viajar para a África do Sul mas os dólares fizeram o seu papel e lá apereceu a peninsulina. Eram já 14 horas. Regressei à clínica inicial para levar a injecção. Começou o diálogo com a enfermeira:
- Já levou uma injecção destas?
- sim
- Sabe qual é a dose?
- Não está na receita?
- Aqui diz 2 milhões
- Então é dois milhões
- Sabe dizer-me se é muscular ou intravenosa?
- Mas eu é que tenho que saber isso? Já não me lembro bem mas acho que é muscular. (eu sabia bem que era muscular mas nestas coisas é melhor estar 100% seguro). O médico que a receitou está aí dentro. Vá lá perguntar-lhe.
(Saiu)
Regressou sem nada dizer, preparou a injecção e toma lá disto. Saí da clínica com o frasquinho de penincilina no bolso, uma vez que tinham gastado para aí 20% do líquido.
Regressei ao Hotel. Resto da tarde a dormitar, transpirar e a dizer mal da vida.
Todas as dúvidas me assaltavam. Será que a penincilina estava dentro do prazo? Será que era mesmo aquele tipo de penincilina? E se eu não melhorar?
As melhoras tardavam e a decisão começou a ficar clara. Regressar o mais depressa possível a Lisboa. Telefonei para o escritório e pedi para mudarem o voo para 6ª de manhã.
Não dormi nada nesta noite de 5ª para 6ª e na 6ª de madrugada já estava no aeroporto. Foi fazer a viagem directamente para o Cuf Descobertas.
No Cuf Descobertas, chegou a confirmação. Após contar a história confirmaram que a penincilina que recebi não era a adequada. Teria que levar logo ali outra injecção.
Esta noite já dormi 2 horas seguidas mais outras duas horas seguidas. Estou feliz pela decisão de regressar. Foram dias difíceis de passar e não sei o que teria acontecido se tivesse por lá ficado. Espero agora ficar bom rapidamente.

Acho que não regresso a Moçambique sem levar comigo penincilina. Aprendi uma lição nesta 8ª viagem ao continente africano onde felizmente nunca tinha tido nenhum problema de saúde.

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